Nunca uma banda de rock independente chegou tão longe. Em 2005 o Arcade Fire já era capa da Time Magazine, com o título "A banda que colocou a música do Canadá no mapa mundial". Hoje, em 2011, com o Gramy de melhor albúm do ano na prateleira, os caras continuam apavorando. E tudo graças a quem? Sim, sim, sim - o cara do post ali de cima: David Bowie, o camaleão magrinho. No começo de tudo, ainda na época do Funeral, Bowie assistiu a um show do Arcade, gostou e os apresentou para as gravadoras. Simples assim. Daí em diante foi só festa. Abrir para U2, clipes mirabolantes, turnês mundiais, etc. É mole? Uma mistura de sorte, competência, astrologia e indie-rock.
Por isso nosso escolhido é um Chateneuf-du-Pape. Igualzinho ao Arcade e seus instrumentos, esse vinho pode ser composto não de uma, duas ou três uvas - mas 13 variedades. O Chateau de Beaucastel, por exemplo, tem Grenache, Mourvédre, Syrah, Cinsault, Muscadin, Counoise, Vaccarése e Terret Noir em sua composição. Mas por ter um preço exorbitante, acessível apenas para o nosso camarada David Bowie, escolhemos um outro Chateneuf, um pouco mais em conta. E vale ressaltar que é literalmente "um pouco", já que por ser uma região pequena, todos os vinhos com essa terminação são caros, raros e especiais. A harmonização perfeita para Arcade, portante, é o Vieux Telegraphe La Crau 2006. Um Chateneuf marcante, gordo e cheio, que consegue ser quente e intenso sem perder a sensibilidade, sem apelar para a agressividade. Igualzinho ao som dos nossos amigos canadenses.
Vale dizer que a região se chama Chateneuf-du-Pape porque foi a residência do Papa há séculos atrás. E vale dizer que o Arcade Fire simplesmente comprou uma igreja para gravar Neón Bible, devido a sua acústica. Coincidência? Sim, sim. O que nos dá ainda mais certeza desse ser o vinho certo para a banda. R$ 350,00 / Expand.
Papa + Arcade +13 uvas + xilofone + Régine = good. |